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Acordo Rússia-Ucrânia abre espaço para Brasil reverter tarifaço

Paz pode aliviar inflação e fortalecer competitividade brasileira, diz especialista

As negociações de paz entre Rússia e Ucrânia reacenderam o otimismo nos mercados globais, que já começam a precificar os potenciais efeitos de um entendimento entre os dois países. A possibilidade de cessar-fogo, além de encerrar um dos conflitos mais duradouros da última década, representa uma mudança significativa no equilíbrio econômico mundial.

A perspectiva imediata seria de queda nos preços do petróleo, do gás e de alimentos, reduzindo pressões inflacionárias que marcaram os últimos anos em praticamente todas as regiões. Esse alívio tem peso especial porque esses insumos estão diretamente ligados ao custo de produção e ao consumo das famílias, afetando desde a matriz energética até a cesta básica.

Para Volnei Eyng, CEO da Multiplike, “o mercado enxerga um eventual acordo entre Rússia e Ucrânia como um fator de estabilidade global”, destacando que a reação tende a ser rápida, com impacto direto sobre cadeias de suprimentos estratégicas que foram duramente afetadas pelo conflito.

O barateamento de combustíveis e fertilizantes poderia aliviar o caixa das indústrias, dar maior previsibilidade aos custos e ampliar margens de lucro. O agronegócio, que responde por boa parte das exportações brasileiras, poderia enfrentar a queda das cotações internacionais de commodities, mas, segundo Eyng, essa perda seria compensada por ganhos em competitividade.

“Esse equilíbrio beneficiaria tanto a indústria quanto o consumidor”, observa o executivo, reforçando que a previsibilidade logística e a redução de custos operacionais podem abrir espaço para um novo ciclo de planejamento e investimentos, fortalecendo o papel do país como fornecedor estratégico no comércio global.

Além dos impactos econômicos, a paz no Leste Europeu teria também repercussões políticas de longo alcance. Um acordo definitivo alteraria a imagem internacional dos principais atores envolvidos, em especial dos EUA.

“Se esse acordo se confirmar, Trump será visto como um grande pacificador global”, avalia Eyng. Essa percepção poderia reposicionar o governo norte-americano no cenário geopolítico. Uma reconfiguração dessa magnitude não apenas reduziria a incerteza em torno das relações entre grandes potências, como também abriria caminho para novas negociações comerciais e estratégicas em escala global.

Nesse contexto, países emergentes como o Brasil se tornariam peças relevantes, com espaço para explorar acordos bilaterais mais vantajosos.

Ainda segundo ele, a diminuição das tensões internacionais cria um ambiente mais favorável ao diálogo e pode abrir espaço para rever medidas que hoje comprometem a competitividade nacional. Entre elas, o tarifaço imposto pelos EUA, que afetou diretamente exportadores da economia brasileira.

“Nesse cenário de aproximação entre EUA e Rússia, o Brasil teria uma oportunidade estratégica para negociar um acordo diplomático em relação às tarifas impostas pelos americanos”, afirma.

Trump pede a Zelenski que seja flexível nas negociações

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que Volodimir Zelenski terá que ser “flexível” nas próximas negociações se quiser alcançar a paz, dentro da qual o inquilino da Casa Branca não contempla em nenhum caso o envio de tropas ao terreno.

Trump disse em uma entrevista à Fox News que vários países europeus já demonstraram sua disposição de enviar forças militares para a Ucrânia, portanto “não será um problema” em termos das garantias de segurança que Zelenski está exigindo.

No entanto, ele deixou claro que os EUA não se envolverão de forma alguma nessa mobilização. Nos últimos dias, o presidente dos EUA já havia descartado uma possível integração da Ucrânia à Otan, enquanto esperava para ver como as garantias de segurança se concretizariam.

Quanto a uma possível troca de territórios, Trump ressaltou que “a Ucrânia recuperará sua vida” assim que o conflito terminar e também “muita terra”.

Com informações da Europa Press